Heitor M. Lemos

Olá, tudo bem?

Meu nome é Heitor Magalhães Lemos, tenho 31 anos, trabalho como psicólogo clínico em um consultório particular na cidade de Icém-SP. A abordagem que utilizo é a Psicologia Analítica. Gostaria de contar um pouco sobre a minha história nesse espaço.

Nascido em Goiânia-GO, nos primeiros anos de vida meus pais se mudaram para uma propriedade rural no interior do estado de Goiás. Vivi até os meus 3 anos com eles em uma fazenda e tenho lembraças incríveis daquele contato íntimo e intenso com a natureza. Depois desse período nos mudamos para uma cidadezinha do interior de Goiás que se chama Piranhas, poucos habitantes, cerca de 10 mil habitantes. Passei a minha infância por lá, onde as pessoas eram muito próximas umas das outras, conhecíamos todos os vizinhos, isso era comum. As festas da cidade eram sempre eventos que esperávamos, pois a cidade era bem pacata, apesar de que no dia-a-dia não havia lugar para o tédio, pois era uma criança bem ativa e adorava esportes, desde subir morros de bicicleta, jogar futebol ou ir ao clube, ainda frequentava a fazenda de meu pai, praticamente todos os finais de semana, onde andava à cavalo subindo morros e atravessando riachos, tenho 3 irmãos, então era possível brincarmos de diversas formas.

Aos 10 anos me mudei novamente para Goiânia com meus pais, tudo era estranho, as gírias, as pessoas não se cumprimentavam tanto quanto no interior, todos pareciam andar com pressa, eram estressados, xingavam uns aos outros no trânsito, isso não era comum no interior. Fui assimilando as diferenças de viver em uma cidade grande, tentando me adaptar. Foi uma época difícil na minha família, meus pais com dificuldade financeira, mas sempre conseguiram pagar um colégio que fornecesse-nos uma condição de disputar a tão sonhada vaga no vestibular para ingressar na faculdade. Após esse período de adaptação à cidade, veio o período de adaptação ao colégio onde as cobranças eram constantes. A adolescência foi um período muito difícil, meus pais não tinham conhecimento suficiente para entender os conflitos que emergem nessa fase e foi um período que me senti muito desamparado sentimentalmente, o apoio vinha mais de amigos que me ajudavam a manter a cabeça erguida e uma boa autoestima.

Aos 16 anos me mudei para o estado de São paulo, mais especificamente para uma fazenda do meu avô que ficava no município de Bálsamo, onde consegui restabelecer meu vínculo com a natureza e compreender a complexidade dessa interação tão benéfica. Estudei em Mirassol-SP por um ano e no ano seguinte me mudei para São josé do rio preto-SP. Nessa época morava sozinho em um apartamento de meus avós, conclui o ensino médio fazendo um cursinho pré-vestibular na parte da noite. E chegou então o tão sonhado dia, a ida à faculdade. Minhas ideias sempre foram psicologia ou relações internacionais, tinha isso em mente, uma ideia de diplomacia. Sempre fui alguém que prezou por mediar conflitos.

O irmão que eu era mais próximo, naqueles anos, estava cursando agronomia, um primo, que era um dos meus melhores amigos também estava e o meu melhor amigo, que morava em Goiânia estava cursando agronomia também. Sem muito autoconhecimento acabei sendo influenciado por escolher pela agronomia, pelos fatores que citei, por minha família estar ligada à zona rural de algumas formas e devido ao fato de sempre ter gostado muito de estar na natureza. No vestibular, passei em uma universidade do estado do Rio de Janeiro, chamada UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense), localizada em Campos dos Goytacazes-RJ, mais uma vez começou a luta pela adaptação. Tudo era muito diferente e a universidade estava recebendo alunos do país todo e o estado do Rio de Janeiro tinha uma cultura bem diferente de São paulo e Goiás. Foram anos incríveis, com muitas alegrias e muitas dificuldades também, depressão, ansiedade, o primeiro namoro que dilacerou meu coração, mas no fim, muitíssimos aprendizados, por ter vivido sozinho e mais de 1200km de distância dos meus familiares, fui desenvolvendo aquilo que eu mesmo era, aquilo que não tinha mais uma ligação intrínseca com a família.

Lembro que no 4º ano da faculdade de agronomia, precisei ir a um dos prédios que era da área de ciências humanas, eu nunca havia ido até lá. Quando adentrei, senti um certo arrepio, uma identificação, o prédio era um pouco mais escuro que os outros prédios, cartazes manifestando sobre o direito das mulheres, dos negros, lutas sociais, política e as pessoas que passaram por mim tinham algo que me interessava, um jeito curioso em relação ao outro. Depois de resolver algumas questões burocráticas, saí dali, mas algo ficou martelando em mim: "Por que esse prédio mexeu tanto comigo? Eu nunca senti isso na agronomia", lembro disso passar pela minha mente e foi apenas ali que eu consegui me lembrar dos cursos que eu desejava na adolescência, que eram psicologia e relações internacionais.

A partir dali, a ideia de migrar para a psicologia se tornou uma ideia constante, mas eu pensava: "estou no quarto ano, já é tarde demais e eu já estou com 22 anos, não posso abandonar esse curso." Foi aí que no meio daquele ano, abriu uma disciplina nova que eu acabei fazendo e os alunos veteranos fariam com os "calouros"(os recém-chegados à faculdade). No primeiro dia de aula, lembro claramente dessa imagem, quatro alunos com mais de 50 anos estavam ingressando na graduação naquele dia e esse foi um fato que mudou a minha mente. Decidi após alguns dias, então, que não era tarde demais, isso era apenas uma ideia imposta a mim, a verdade é que eu deveria caminhar no sentido daquilo que eu acreditava, não importava o tempo que levaria para alcançar meus objetivos.

Voltei para São josé do rio preto-SP, meus pais extremamente decepcionados comigo, mas já não era possível para mim continuar mentindo para mim mesmo, eu já havia adquirido diversos conhecimentos na agronomia que me deram muito prazer (gostei e foquei muito em uma área específica do laboratório, que é conhecida por "Fixação biológica do nitrogênio"), mas aquele ambiente não era o meu, eu não me sentia tão vivo quanto eu me sentia ao abrir um livro de psicologia e desvendar tantos conhecimentos sobre o SER humano. Ingressei na Universidade Paulista(UNIP) em São josé do rio preto, onde cada dia de aula, na maioria das vezes, era uma alegria, pois fazia sentido para mim estar ali, era extremamente prazeroso aprender sobre tudo aquilo. Foi em um estágio da psicologia que conheci aquela que é minha namorada nos dias atuais. Isso foi perto do final da faculdade, mas não nos relacionamos até o final da faculdade.

Pronto, me formei! O final da faculdade foi um período extremamente estressante, não pelos estudos, mas eram muitas burocracias a serem resolvidas. Depois de tudo concluído, só pensava em uma coisa, preciso descansar um pouco minha mente. Eu tinha uma renda passiva e resolvi ir morar na praia para ter um tempo de descanso de tudo aquilo que era burocrático e focar na minha vida, naquilo que eu gostaria de viver. Ler livros da psicologia sem me preocupar com o que eu teria que fazer no amanhã. Foi aí que entrei em contato com um amigo que morava em Rio das ostras- RJ, e fui dividir um apartamento com ele, que ficava a uns 300 metros da praia. Um dia postei uma foto lá, a garota que eu havia me encantado no estágio ao final da faculdade me mandou uma mensagem brincando sobre aquela foto e eu voltei para São josé do rio preto para revê-la. Foi ali que começamos um namoro que dura até hoje. Resolvemos montar um consultório de psicologia na cidade em que ela mora e hoje estamos atendendo no nosso consultório aqui em Icém-SP.

A psicologia analítica permeou toda essa história, acabei não encaixando-a no que escrevi, mas desde a minha adolescência entrei em contato com livros de Carl G. Jung.

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